MITOS E VERDADES na cirurgia plástica
quarta-feira, agosto 21, 2013
Deve-se
preferir meios menos invasivos a uma cirurgia.
MITO:
não existe uma regra nesse sentido. Para algumas pessoas, um tratamento
minimamente invasivo é suficiente para atingir o resultado desejado. Por
exemplo, há quem se contente com um simples peeling para clarear manchas e
melhorar a qualidade da pele. Outros pacientes, por sua vez, vão preferir
encarar um método mais forte para obter resultados mais efetivos. Em muitos
casos, a cirurgia será mais indicada, pois técnicas apenas estéticas não
alcançarão os efeitos esperados. Há situações que somente a cirurgia plástica resolve
como aumentar e reduzir as mamas, afilar a ponta do nariz, corrigir a flacidez
de pele no abdômen e reparar orelhas em abano. Outros quadros como rugas de
expressão e pequenas áreas de flacidez de pele, podem ser contemplados com procedimentos
menos invasivos, como toxina botulínica, peelings e preenchimentos.
Como
toda intervenção cirúrgica, a plástica envolve riscos.
VERDADE:
qualquer cirurgia, seja plástica ou não, traz riscos, relacionados ao estado de
saúde do indivíduo (doenças, uso de medicações), à anestesia e à própria
operação em si. Os perigos ligados ao paciente e à anestesia são minimizados
com uma avaliação pré-operatória adequada e com a visita pré-anestésica, em que
o anestesista conversa com a pessoa e seus familiares para esclarecer dúvidas e conferir exames.
.Como todo procedimento cirúrgico, a plástica também traz riscos envolvendo o
procedimento anestésico (alergias, arritmias cardíacas, alterações de pressão
arterial), cicatrizes desfavoráveis, sangramentos, acúmulo de líquidos, má
cicatrização, alteração de sensibilidade, assimetrias, disfunções de
pigmentação, trombose venosa profunda e complicações cardíacas e pulmonares.
Para minimizar os mesmos, são importantes quatro medidas: a escolha de um cirurgião de confiança, uma
instalação médica que cumpra todos os parâmetros de segurança, a avaliação
pré-operatória completa e, por fim, que se siga as recomendações
pós-operatórias. Todos estes aspectos se tornam mais importantes quando há
associação de intervenções na mesma cirurgia. Algumas condutas ajudam a
garantir mais segurança, como uso de meias elásticas (sequel), deambulação
precoce (o paciente sair da cama e caminhar assim que o médico liberar) e
emprego de anticoagulantes e de manta térmica no intra-operatório. Cabe ao
médico esclarecer as dúvidas do paciente e ressaltar a importância de seguir
todas as orientações para que tais ameaças sejam contidas.
Qualquer
cirurgia plástica deixa cicatriz.
PARCIALMENTE
VERDADE: Toda cirurgia envolve uma incisão na pele, por menor que seja. Existem
vários fatores que influenciam para uma cicatrização adequada, como local do
corte, habilidade do cirurgião com os tecidos e ao aplicar técnicas de sutura,
cuidados pós-operatórios e fatores individuais (genéticos). Por isso, é sempre
interessante conversar sobre o assunto com o médico. Importante: o paciente
precisa seguir as orientações e respeitar o período de repouso. Na maioria das
vezes, é necessário utilizar curativos com fita adesiva microporosa para
diminuir a tensão nos pontos. Em alguns casos, são recomendados cremes, lâminas
de silicone e aplicações de laser. Atualmente, as técnicas estão avançadas e,
em algumas operações, a cicatriz fica praticamente imperceptível. Sem falar que
os tratamentos estéticos também evoluíram e, não raro, são capazes de
eliminá-la. Há plásticas em que as cicatrizes ficam por dentro do nariz, da
boca ou da região palpebral, o que significa que não aparecem.
Desconfie
de clínicas que prometem soluções milagrosas a custos baixos.
VERDADE:
Alguns preços oferecidos por clínicas não são compatíveis com os custos de uma
cirurgia plástica. O paciente deve buscar sempre referências de outras pessoas,
de preferência conhecidas, que realizaram tratamentos com aquele médico,
qualquer operação abarca riscos e custos e vale desconfiar se os valores
praticados estão muito abaixo do mercado. É bom se informar sobre as condições
oferecidas pelo hospital, ou seja, se tem certificações de qualidade e respaldo
de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para tratar possíveis complicações.
Além disso, aconselho procurar sempre profissionais credenciados pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Qualquer
plástica só pode ser feita em um centro cirúrgico.
VERDADE:
os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados após uma avaliação e
preparação minuciosa e, mesmo assim, não estão isentos de riscos. Geralmente,
várias condições só são encontradas em um centro cirúrgico hospitalar, como
monitorização cardíaca (como se fosse um eletrocardiograma contínuo),
acompanhamento da oximetria (oxigenação do sangue), presença de aparelho de
ventilação mecânica (respirador), medicamentos e equipamentos adequados às
normas de segurança. E é nestes locais, também, que há equipes bem treinadas e
habituadas a situações de urgência e emergência.
O fumo atrapalha a
cicatrização e aumenta o perigo de necrose.
VERDADE:
o cigarro causa uma vasoconstrição periférica (encolhimento do calibre dos
vasos) que geralmente 02 horas, levando a uma diminuição da quantidade de
oxigênio que chega à pele. Com esse afilamento no calibre dos vasos sanguíneos,
há prejuízo direto na cicatrização, aumentando a chance de necrose (morte) dos
tecidos. Há que se levar em conta, ainda, que, durante uma intervenção
cirúrgica, alguns vasos são lesados, o que significa que os restantes devem
estar em perfeita ordem para manter a vascularização epitelial. E tem mais: o
fumo também provoca patologias respiratórias que comprometem o estado geral do
paciente. Outras ameaças associadas são trombose venosa, embolia e alterações
no pulmão e no coração. A recomendação, então, é taxativa: fumantes devem ficar
longe do vício pelo menos duas semanas antes e depois da cirurgia.
Antes
de uma plástica, o paciente não pode ingerir alguns medicamentos, como
aspirina.
VERDADE:
o paciente deve informar ao médico quais remédios está usando. Alguns são
permitidos, mas, no geral, os que alteram a coagulação do sangue devem ser
suspensos, o ácido acetilsalicílico (AAS, ou aspirina) não deve ser utilizado
justamente por ter ação anticoagulante. O emprego de qualquer droga tem que
acontecer somente sob orientação médica, os anti-inflamatórios, heparina(aspirina),
alho e ginko biloba podem interferir, assim como diuréticos porque levam à
alteração de potássio. Medicamentos para o diabetes igualmente precisam ser
interrompidos, pois provocam queda da glicemia intraoperatória. Siga sempre a
orientação do cirurgião plástico.
A
celulite some com a lipoaspiração.
MITO:
a lipoaspiração reduz a aparência dos furinhos indesejados, mas não elimina o
problema em 100%. Este tipo de plástica oferece uma ação comprovadamente eficaz
contra a celulite, geralmente levando a uma melhora considerável do aspecto da
pele. Entretanto, são muitos os elementos que influenciam em seu
desenvolvimento, como alimentação inadequada, sedentarismo, falta de hidratação
e fatores genéticos; o cirurgião plástico não pode prometer um resultado, mas
sim um tratamento que busca a melhora de uma queixa do paciente.
A
lipoaspiração ajuda no emagrecimento.
MITO:
a lipoaspiração não é um método de emagrecimento, mas sim de melhora do
contorno corporal. Portanto, a melhor indicação do procedimento é para remoção
de gordura localizada. É importante deixar claro que, uma vez retiradas, as
células adiposas não se formam novamente. Porém, outras células estão presentes
na região e podem aumentar de tamanho se houver ganho exagerado de peso. A lipo
serve para remodelar o corpo, eliminando a gordura que incomoda em diferentes
áreas, como na cintura (pneus) e nos culotes. Não vale para emagrecer. Para
quem está brigando com a balança, o ideal é, antes, se submeter a uma
reeducação alimentar e à prática de exercícios físicos.
Depois
da lipoaspiração, o volume na região aspirada não volta mais.
PARCIALMENTE
VERDADE: durante o processo da lipoaspiração, as células de gordura são
eliminadas. Mas isso não significa que, se a pessoa não se cuidar, não voltará
a engordar. Se houver grande aumento de peso, haverá também aumento de gordura
localizada.
Há o
perigo de a prótese de silicone estourar.
VERDADE: embora seja algo muito difícil de
acontecer. Existe o risco de o
implante mamário de silicone estourar rente a um trauma frontal de grande
energia, mas os relatos desse acontecimento são raros. Casos mais frequentes de
ruptura, e não estouro estão relacionados ao desgaste dos implantes pela ação
contínua da cicatrização. Eles são introduzidos no organismo e levam à formação
de uma cicatriz ao seu redor, que chamamos de cápsula. Esse tecido cicatricial
(cápsula) é estimulado continuamente pela presença da prótese e se torna cada
vez mais espesso, podendo causar danos como ruptura, em longo prazo. Por tudo
isso, cabe ao paciente sempre questionar o médico sobre a qualidade dos implantes mamários, incluindo aprovação pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) e Food and Drug Administration (FDA), agência
americana que regula medicamentos.
É
preciso esperar no mínimo seis meses para saber o resultado real de uma
plástica. VERDADE:
os primeiros efeitos até podem aparecer nos três primeiros meses, mas o
resultado final mesmo só vem à tona após este período. Isso porque o processo
de cicatrização pode demorar até um ano (tanto que algumas cicatrizes, a
princípio avermelhadas, levam este tempo todo para clarear), e pequenas
mudanças não raro vão acontecendo nos meses posteriores à operação. O edema e o
inchaço costumam regredir em até
seis meses, o que permite visualizar os novos formatos e contornos da
região. Tudo vai depender da cirurgia e das características individuais do
operado. O tempo mínimo para podermos avaliar o resultado de uma cirurgia é de
seis meses. Entretanto, o processo de cicatrização pode demorar até 18 meses.
Então, vale seguir as orientações do médico para se recuperar de acordo com o
esperado.
Lipoaspiração
só pode ser realizada por cirurgião plástico.
VERDADE: a
lipoaspiração faz parte do arsenal do cirurgião plástico. Sua formação deve
contemplar obrigatoriamente a realização de treinamento em cirurgia geral (por
dois anos), para depois poder se candidatar à formação em Cirurgia Plástica
(mais três anos). Portanto, é essencial a busca por profissionais habilitados
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Há necessidade de
treinamento especifico para a execução da lipoaspiração, sendo indispensável à
habilitação prévia em área cirúrgica geral, de modo a permitir a abordagem
invasiva do método, prevenção, reconhecimento e tratamento de complicações
possíveis (art. 3º). As condutas pré-operatórias devem ser as mesmas adotadas
para quaisquer atos cirúrgicos, prevendo, além de apurada anamnese e exame
físico, as avaliações clínicas, laboratoriais e pré-anestésicas necessárias
(art. 4º). As cirurgias de lipoaspiração devem ser executadas em salas de
cirurgias equipadas para atendimento de intercorrências inerentes a qualquer
ato cirúrgico (art. 5º)
Depois
da cirurgia plástica, o sol fica proibido.
VERDADE:
A exposição precoce da cicatriz, ou até mesmo dos hematomas ao sol, pode causar
a pigmentação da pele, gerando manchas irreversíveis. Sempre pergunte ao seu
médico qual a possibilidade de liberação ou as medidas possíveis para proteção
solar como curativos, filtros solares, malhas, roupas e acessórios. O tempo de
restrição ao sol varia de acordo com a intervenção e evolução do
pós-operatório, e deve ser definido pelo doutor. O processo de cicatrização
sofre alterações, causando aumento do edema, vermelhidão, dor e desconforto,
além do risco de alterações de pigmentação de cicatrizes, que pode ser
permanente. Então, é bom evitar o sol até a liberação do cirurgião plástico.
É
importante pesquisar bem sobre o cirurgião em sites do setor.
VERDADE:
os únicos veículos que permitem verificar a habilitação do cirurgião plástico à
especialidade são o Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Não basta conhecer alguém que tenha
operado com o médico, vale a pena procurar saber se possui uma formação
adequada. Quando você opta por um membro da Sociedade, garante que será
atendido por um médico que completou um treinamento em cirurgia de no mínimo
cinco anos, sendo três deles em plástica; que está treinado para realizar todo
tipo de cirurgia plástica; que atua sob um código estrito de ética; e, por fim,
que apenas opera em instalações médicas credenciadas.
Os
cuidados no pós-operatório influenciam muito nos resultados do procedimento.
VERDADE:
O médico pode seguir a mesma rotina e os mesmos cuidados intraoperatórios em
todas as pacientes, mas aquelas que não respeitarem suas orientações
provavelmente terão complicações como abertura de pontos, alargamento da
cicatriz, acúmulo de líquido ou sangue e perda do resultado da cirurgia. Por
exemplo, no caso da lipoaspiração, além de se afastar das atividades do
cotidiano por alguns dias, é recomendável fazer drenagem linfática, para
reduzir inchaços, e usar cinta. Em relação à colocação de prótese de mama, tem
que esperar cerca de 15 dias para erguer os braços e dirigir. Os cuidados
pós-operatórios variam de acordo com a operação, mas no geral são: repouso adequado, retorno ao consultório,
afastamento das atividades físicas, abstenção da exposição solar, uso das
malhas e cintas cirúrgicas e administração correta da medicação indicada.
Não
se pode esperar milagres de uma cirurgia plástica.
VERDADE: a plástica não realiza milagres,
mas sim uma busca constante pela satisfação dos pacientes. Assim, é de extrema
importância o entendimento das aspirações e queixas de cada um pelo doutor,
visando o melhor tratamento para cada caso. Ele deve informar, de forma clara,
sobre riscos, benefícios e, principalmente, limitações do procedimento. As
intervenções ajudam, mas não vão transformar a vida do indivíduo se este não
adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e rotina de atividade
física.
Aumento
de mamas em homens pode ser tratado com remédio ou cirurgia.
VERDADE: a hipertrofia das glândulas mamárias, ginecomastia, normalmente
aparece em meninos de 13 ou 14 anos como consequência das alterações hormonais
da puberdade. As mamas crescem por cerca de seis meses e depois retornam ao
tamanho normal. Porém, em 5% dos casos, a disfunção persiste até a vida adulta.
Além disso, ela acomete muitos homens com mais de 70 anos. A ginecomastia está
normalmente associada a desequilíbrios hormonais. E, apesar de poder atacar
apenas uma das mamas, em pelo menos metade dos casos é bilateral. O problema
pode ser tratado com medicação que bloqueia os receptores de estrógeno e, nos
casos em que não funcionar, com tratamento cirúrgico, lipoaspiração e mamoplastia.
A
prótese de mama deve ser trocada a cada dez anos.
PARCIALMENTE
VERDADE: As pacientes
que realizaram a colocação de implantes mamários de silicone devem ser
acompanhadas rotineiramente pelo mastologista e pelo cirurgião plástico. As
indicações para troca dos implantes geralmente são contratura capsular
(espessamento do tecido cicatricial a ponto de causar dor ou alterações do
contorno mamário), ruptura do implante ou mesmo desejo da mulher (por querer
aumentar ou reduzir o volume). Tais mudanças podem ocorrer antes (mais raro) ou
após dez anos da cirurgia. As próteses atuais são mais seguras e não
precisam ser trocadas se os exames comprovarem que não há nenhuma alteração na
área. Não há garantias de que um implante dure por toda a vida, podendo ser
necessária a substituição. Porém, já existem relatos de pacientes com mais de 20 anos sem problemas. O importante é
que exista uma assistência contínua.
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