Medo de anestesia? Tire já as suas dúvidas ...
segunda-feira, janeiro 10, 2011A falta de informação sobre a anestesia faz com que as pessoas tenham medo do procedimento:
Você considera a anestesia a parte mais arriscada de uma cirurgia?
Sim ou Não?
Antes de uma cirurgia plástica, alguns fantasmas rondam a cabeça da paciente. Mas um, em especial, pode tirar o sono de muitas pessoas. Trata-se da anestesia, etapa principal de segurança de quem vai fazer não só uma plástica, como qualquer outra operação.
Segundo o anestesiologista Fabrício Veloso, membro da equipe da SAEP - Serviço de Anestesia Especializado em Plástica, "quando as pessoas dizem ter medo, geralmente se referem à anestesia geral, que leva a um estado de perda da consciência, causando o medo de não 'voltar'".O especialista lembra, ainda, que muitos problemas que acontecem durante uma cirurgia são erroneamente atribuídos à anestesia. "Somado a isso, há muita desinformação quanto à realidade da especialidade, provocando o medo do desconhecido", explica.
Mas os motivos para preocupações têm sido cada vez menores. Graças ao maior conhecimento que há hoje em dia e a possibilidade de aplicá-lo nos pacientes, a margem de segurança desta etapa aumentou consideravelmente.
"Atualmente, não é mais permitido o parecer ou o conhecimento individual, valoriza-se muito a medicina baseada em evidência. A partir do momento em que se deseja aplicar uma nova técnica de tratamento, deve-se antes provar que ela é realmente eficaz e apresenta superioridade aos tratamentos preexistentes", conta o médico Wagner Kuriki, anestesiologista do Hospital das Clínicas (SP).
Além do mais, a especialidade evoluiu muito desde sua criação, quando havia o conceito simplista de apenas promover cirurgias sem dor. Nos dias de hoje, o fato de o anestesiologista assistir o paciente desde a fase pré-operatória, ficar ao seu lado durante toda a cirurgia e acompanhá-lo nos cuidados pós-operatórios, também contribuiu para que o procedimento se tornasse ainda mais seguro.
E não pára por aí: "a especialidade é única a requerer conhecimentos de diversas outras áreas e a formação de um médico anestesiologista, atualmente, demanda três anos de pós-graduação", informa Veloso.
ABC das técnicas
Geral: são aplicadas diversas medicações pelo soro do paciente, que provocarão um estado de inconsciência e apnéia, com início em alguns segundos. O paciente será submetido à intubação traqueal e será oxigenado através de um ventilador mecânico, que também administrará gases anestésicos ao paciente. Sedativos podem ser usados como pré-anestésicos. Seu tempo de duração é indeterminado e serve para qualquer tipo de cirurgia.
Peridural: é realizada entre as vértebras da coluna, onde é aplicado o anestésico próximo às raízes dos nervos responsáveis pela parte sensitiva e motora de membros inferiores, tórax e abdôme. Portanto, está indicada para cirurgias plásticas realizadas em abdôme, dorso e pernas. Se combinada com sedação, torna o procedimento muito confortável para o paciente. 90% DAS CIRURGIAS PLÁSTICAS SÃO REALIZADAS COM Peridural;
Raquianestesia: tem características semelhantes à da peridural. A principal diferença é o local anatômico onde o anestésico é injetado.
Local: realizada por injeções de anestésicos locais diretamente sobre o local de interesse cirúrgico. Tem início imediato e pode ser usada em cirurgias de face, pálpebras, nariz, orelhas . Seu efeito, apesar de ter menor duração, também pode ser prolongado por tempo indefinido por meio de novas aplicações. É comumente associada a sedações.
Quando vai fazer uma cirurgia plástica, a paciente pode escolher o anestesista?
Segundo Kuriki, pode-se escolher o anestesiologista de sua confiança, sim. Porém, é preciso lembrar que deve haver uma boa integração entre as equipes para que o atendimento não fique prejudicado e seja o mais seguro possível. Normalmente nos hospitais especializados em cirurgias plásticas em São Paulo, os cirurgiões plásticos têm total confiança e integração com a equipe de anestesia hospitalar.
Como só este especialista deverá avaliar seu estado clínico e a necessidade de exames complementares, essa é uma boa oportunidade para tirar todas as dúvidas. O profissional deve explicar o planejamento anestésico e seus possíveis riscos. Se não houver uma consulta dessas geralmente no dia da internação no próprio hospital onde fará a cirurgia, a equipe deve ser evitada.
"Outros fatores a serem considerados são a experiência do anestesiologista em cirurgia plástica e o nível de sua formação médica, dado à crescente abertura de escolas médicas de competências duvidosas", conta Veloso. Portanto, não tenha medo de perguntar, se preciso for, onde e quando ele se formou. É a sua segurança que está em jogo.
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