ser feliz AUTO ESTIMA

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Aceitar o corpo é vital para cuidá-lo e conhecer suas necessidades. 
“O corpo avisa” é uma frase que utilizam quem valoriza as mensagens corporais, não somente aqueles tão prementes de fome ou sede, a não ser outros envios mais sutis como a necessidade de um descanso repentino ou a atenção imediata a certos mal-estares.
Toda comunicação com as demais pessoas se realiza mediante o corpo. Da infância, mantemos um diálogo permanente que se estabelece por meio da linguagem corporal. Só de ver o rosto de uma pessoa, sabe-se se está desgostoso ao manter o cenho franzido, se esta feliz devido a seu relaxado sorriso e esse brilho especial nos olhos… Abrimos os braços para expressar carinho, gesticulamos quando a ira nos invade, aproximamo-nos de alguém para demonstrar necessidade de companhia. E tudo isto acontece apenas sem nos dar conta do que está acontecendo.
A linguagem corporal nunca mente, a não ser quando certos processos — que não chamaremos educativos— nos ensinam a controlar essa linguagem que se torna insana e hipócrita: então a pessoa demonstra alegria quando realmente lhe invade uma profunda tristeza ou manifesta amizade e carinho quando na verdade é antipatia o que está sentindo… embora, a algumas e alguns, não obstante, os olhos os delatem.
O corpo sempre é um corpo sexual. É no bebê recém-nascido, nos idosos e idosas, no homem e na mulher. Somos seres sexuados e não podemos nos desprender desta condição ao longo de toda a vida, o que ocorre é que troca na medida em que vamos crescendo, maturando, envelhecendo.
O corpo representa à pessoa, não só ante si mesmo, de maneira individual e íntima, mas sim, além disso, é a fronteira, o limite entre o EU e o fora. Nosso corpo é o primeiro que vêem os outros e as outras.
autoestima Imagem e Auto estimaVer e ser visto
O corpo e o modo de cobri-lo tiveram variados significados de acordo à cultura de cada época. Os gregos, digamos, exaltavam ao máximo o cuidado corpóreo como elemento estético. Utilizavam as túnicas, não para ocultar a não ser para realçar e delinear as formas e silhuetas. Em outros tempos, como na idade Média, cobriu-se de grossa malha para que nada se pudesse adivinhar. Com estes exemplos pretendo chegar a um ponto interessante deste assunto: as formas de perceber e tratar o próprio corpo não é totalmente nosso, mas sim estão influídas pelas outras pessoas, a sociedade e a cultura.
Nós nos olhamos e isso funciona como um espelho que nos devolve a imagem do próprio corpo. Assim, as bajulações ou críticas atuam como setas ante um: “Que gordura a tua” ou como reforçadores de auto-imagem ante a frase: “Que bem te mantém”.
O comportamento corporal que se tem como algo natural é, na verdade, socialmente construído. Nenhuma garota rebola por intuição, mas sim por imitação. Assim acontecem com as poses, as expressões e o modo de atuar: os homens colocam geralmente o tornozelo sobre o joelho quando estão sentados; as mulheres cruzam as pernas.
Da mesma maneira, o corpo nos vincula ou nos isola. Terá que saber dos caminhos do corpo, sobre tudo, aceitá-lo todas e cada uma de suas partes, aprender a amá-lo e a cuidá-lo. Esquecer desses corpos que transmitem as propagandas. Na vida real, todos contamos com imperfeições que terá que assimilar porque somos humanos.
Se não chegarmos a um entendimento e aceitação de nosso corpo, não vai existir o necessário desembaraço para o encontro com “outro”. A relação sexual implica despir-se, mostrar-se ao parceiro tal e como viemos ao mundo. De acordo com a rejeição ou satisfação do que somos se criara uma vivencia erótica cheia de pudores e complicações ou uma sã maneira de favorecer a possibilidade de recrear o gozo compartilhado.
autoestima2 Imagem e Auto estimaAuto-estima
Neste ponto, não se pode deixar de mencionar a auto-estima, um dos valores humanos que mais imbricado está com a sexualidade.
A auto-estima são as opiniões, julgamentos, sentimentos e valorizações que temos de nós mesmos. Vai desenvolvendo gradualmente da infância, a partir dos comentários e experiências que recebemos de outros e das próprias vivencias. Se tivermos tido uma família quente que soube fomentar em nós segurança, independência e coragem, é muito provável que a auto-estima esteja em boa posição; entretanto, se proviermos de uma família que freqüentemente te diz: “Tudo te faz mal!” É muito provável que a auto-estima esteja danificada.
O amor para nós mesmos fomenta uma boa auto-estima. E é uma verdade de Perogrullo que primeiro terá que querer-se a si para poder querer a outros. A mulher que se entrega a seu parceiro, assumindo que primeiro vem ele e depois ela, conhecerá mais cedo que tais sacrifícios não obtêm o objetivo desejado. Se uma mesma não se valorizar, ninguém o fará. Se uma se deixa pisotear, será pisoteada irremediavelmente. Igualmente válido quando se trata de um homem.

Ter uma boa auto-estima, uma imagem positiva de si mesma, é condição indispensável nestes tempos nos quais a submissão e dependência a “outra” pessoa, se vai apagando para o bem da humanidade.
Ficar em sintonia com o próprio corpo é algo que devia se acostumar como a matemática e aprender-se como parte da educação integral. É tão necessário um diálogo que facilite a compreensão desses padrões impostos da cultura, da relatividade dos gostos, assim como a importante necessidade de valorizar e ter em conta os múltiplos contrastes entre os seres humanos.

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