A cirurgia plástica apenas melhora o corpo do paciente, e somente nos lugares onde podem ser melhorados. Isto quer dizer que não existem milagres.

sexta-feira, julho 13, 2012



A prática médica apresenta suas idiossincrasias como qualquer outra profissão. As nossas derivam do fato dos potenciais pacientes, que são em última análise a razão da existência da medicina como prestadora de serviço, desejarem sempre a última novidade para o tratamento de suas mazelas. Na cirurgia plástica não é diferente, e pode ser ainda mais exacerbada em certos aspectos.

As colunas diárias passaram a ser o outdoor das novidades. O problema é que tais inovações ou ainda não são pacificamente provadas no meio científico, como o uso de células-tronco para tratamentos estéticos, ou são procedimentos antigos exaltados como se fossem descobertas recentes, a exemplo da enxertia de gordura nas mamas, descrita há quase 90 anos (1925).

É evidente que no tempo da internet e da globalização os profissionais mais qualificados dificilmente se prestam à prática de se colocar como ungidos por uma sabedoria única e misteriosa que os tornam detentores privilegiados de tal ou qual conhecimento.

Felizmente, ao fim e ao cabo, o grande avanço na cultura da sociedade promovida pelo acesso à informação faz com que seja dissociado o joio do trigo e o sonho do mito. Os pacientes logo se apercebem que o intuito recorrente é apenas chamar a atenção pelo novo e pelo inusitado, mesmo que o inusitado não seja novo nem o novo seja inusitado.

O lado negativo é que esta atitude condenável – e efetivamente condenada pela esmagadora maioria dos cirurgiões plásticos – cria um embotamento muito difícil de desfazer nesta especialidade, que deve ser percebida como séria e que não vende sonhos. A cirurgia plástica apenas melhora o corpo do paciente, e somente nos lugares onde podem ser melhorados. Isto quer dizer que não existem milagres.

Nunca é demasiado relembrar que para um médico se tornar cirurgião plástico necessita, além dos seis anos do curso de medicina, pelo menos, outros cinco anos de especialização. E as técnicas consolidadas e mais modernas são utilizadas pela maioria dos cirurgiões. O que difere entre os resultados é o estado físico com que o paciente chega para o tratamento e a habilidade natural com que o profissional vai aplicar o conhecimento adquirido nos anos de prática.

Temos um só corpo e entregá-lo a um especialista para modificá-lo requer consciência. Por isso, a informação de qualidade é extremamente importante na credibilidade de um tratamento e na escolha do especialista. A opção deve ser nortear pela história do profissional, pela sua formação, pela imagem construída por ele no tempo em que trabalha, sendo os itens mais importantes, pela ordem: estudo, treinamento e talento.

Pense nisso, opere com qualidade.


creditos dessa postagem: Marcos Reichardt Cardoso (SC 0461 JP)


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